Xenoblade Chronicles 3 e o propósito de vida

Comecei a jogar o terceiro jogo da série Xenoblade Chronicles, já no dia do lançamento. Estava ansioso, pois é uma franquia de games que eu curto muito e queria me envolver desde o primeiro dia na história, personagens e aprendizados refletidos neste grande jrpg. E falando sobre aprendizado, eis aqui meus primeiros pontos para uma reflexão cristã teológica se baseando nos primeiros capítulos de Xenoblade Chronicles 3.

Lembrando que conforme estarei avançando no game, estarei trazendo mais e mais reflexões de referencias (diretas ou não) presentes no game.

Lembrando também que estou fazendo o game todo em live, a main quest, lá no nosso canal na Twitch, se puder apoiar meu trabalho lá, só me seguir.

Então, vamos lá!

Nas guerras e conflitos, todos saem perdendo e se machucando

Créditos: culturedvultures.com

No mundo de Aionios existem duas grandes nações em constante guerra: Keves e Agnus. Em ambas nações, os soldados são literalmente criados e vivem um ciclo de apenas 10 anos de vida. Quando não morrem em batalha, no final de 10 anos passam por uma cerimônia diante de sua rainha e se tornam pó / éter.

Uma história digna de um grande blockbuster, seria facilmente passada apenas como uma história de fantasia com bastante sci-fi, efeitos especiais, raios, mechas e etc.

Porém, como cristão, estudante de teologia e grande fã da franquia, Xenoblade Chronicles sempre refletiu (diretamente ou não) com pontos filosóficos, bíblicos, teológicos, espirituais, etc. O terceiro capitulo da saga não seria diferente.

A começar pelos nomes das localizações. O mundo de Aionios, tem o seu nome vindo do grego koiné, o grego clássico e bíblico, “αιωνιος”, que significa “eternidade, sem começo e sem fim”, de acordo com meu dicionário bíblico hebraico-grego, Bíblia de Estudo Palavra-Chave, publicado pela CPAD.

Keves, vem do hebraico,” כֶּבֶשׂ”, que significa ‘cordeiro’, assim como a palavra Agnus, que vem do latim, e também significa cordeiro.

Uma busca sem fim pelo poder, aonde não se sabe seu inicio ou mesmo quando terminará, Aionios está nessa eterna guerra entre duas nações, os cordeiros Keves e Agnus, que seus habitantes / seus soldados, são levados ao matadouro da guerra (referência Isaías 53:7). E nessa guerra, não existem vencedores, há apenas derrotados. Soldados com suas dores e traumas passados, como Noah que perdeu um amigo de infância, ou mesmo Mio que viu um companheiro de equipe ser morto em sua frente.

Nessa guerra de conflitos, ânsia pelo poder, a dor e tristeza se espalha. Não é com a violência que saem vencedores. “O homem perverso levanta a contenda, e o difamador separa os maiores amigos.Provérbios 16:28, já cita algo diretamente sobre as contendas. Um grupo de pessoas que deveriam se unir para vencer o verdadeiro inimigo, o verdadeiro problema, acabam que se desgastando conflitando entre si e se perdendo ao caos da dor.

Lanz, um forte e com o semblante de bravo soldado de Keves, tem uma profunda dor em seu peito, relacionado ao seu passado também. Por mais que possamos transparecer um perfil de força, brutalidade e que ‘estamos sempre certo e sabemos de tudo’, no fundo podemos estar feridos, com uma dor do passado e por isso um conflito eterno dentro de nós, uma guerra assim como Keves e Agnus.

Que deixemos a guerra para trás, que o nosso Cordeiro, seja apenas o Único que poderá de vez extirpar todo sacrifício sem a necessidade de nosso sacrifício cerimonial. “No dia seguinte João viu Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis aqui o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.” João 1:29, e através Dele, olharmos para frente, não olhando para os problemas e conflitos se separando cada vez mais de nossos familiares, amigos ou mesmo nossa comunidade gamer, mas olhando para nossa união e assim crescermos (e vencermos nossas guerras pessoais) juntos.

O que você vai fazer daqui a três meses?

Créditos: www.youtube.com

Como dito anteriormente, os soldados de Keves e Agnus, são tratados como ‘cordeiros’, tendo um ciclo de apenas 10 anos de vida, quando não morrem no campo de batalha, morrem no final do décimo ano, em uma cerimônia diante de sua rainha, voltando a ser pó / éter (referência Eclesiastes 12:7).

Esse ciclo sem fim já mencionamos aqui no nosso primeiro ponto em nossa reflexão, mas agora vamos focar no real propósito desses soldados. Como falei, estou ainda no inicio do game então não posso dar detalhes concretos da trama e nem daria se tivesse avançado por conta de spoilers para não estragar a experiência de outros jogadores, mas até onde estou, tiro minhas conclusões para esta reflexão que são totalmente em torno de poder político e controle de pessoas. Noah é o primeiro a questionar esse fato, desde o inicio do game você percebe que o protagonista sente que há algo de errado no meio dessa guerra. Seu propósito é nulo e sem sentido e ele se sente incomodado com isso. Ele busca por respostas.

“Porque sou eu que conheço os planos que tenho para vocês, diz o Senhor, planos de fazê-los prosperar e não de causar dano, planos de dar a vocês esperança e um futuro.” Jeremias 29:11, vemos que os planos de Deus são sempre benignos e melhores para todos nós, planos para uma esperança de vida. Sem uma esperança ou uma visão digna para seu futuro, Noah começa a questionar se de fato o que ele e seus amigos estão fazendo, é o correto. Qual o propósito de vida de Noah nesse ponto? Apenas morrer?


Neste ponto, que possamos levar isso para nossas vidas e se perguntar: “Qual o meu propósito de vida?” Mio viveria no máximo mais três meses de vida, em seguida viraria éter. O que você fará daqui a três meses? Qual sua perspectiva para um futuro próximo, ou mesmo, mais longo? Após se livrarmos de problemas e guerras pessoais, que possamos olhar para nosso futuro e querer uma mudança, uma mudança real que traga de fato um propósito para nossas vidas. Em Eclesiastes 12:13 diz que “De tudo o que se tem ouvido, a suma é: Teme a Deus e guarda os seus mandamentos; porque isto é o dever de todo homem.”, mostrando que o propósito de vida do homem inerente ao seu ser é voltar-se a Deus. Levando para um lado mais humano e pessoal, temos sim sonhos e propósitos de vida como por exemplo, se casar, constituir uma família, ter um trabalho próprio, viajar, etc. Não há absolutamente nada de errado nisso, podemos sim ter diversos propósitos em nossa vida, inclusive propósitos que alegram nossa vida sentimental, nossa alma.

Mas o ponto aqui é algo mais profundo, é algo espiritual, assim como Noah sentiu algo incomodando, ele estava vazio. Ele precisava de um propósito em seu ser, em seu espírito, que só é preenchido no próximo ponto que iremos citar. Mas aqui para nós, em ‘nosso Aionios pessoal’, nosso propósito é se voltar para nossa fé, buscar Aquele que preenche esse vazio inerente do ser humano, para pararmos de entrar em guerras e conflitos fúteis ou buscas vazias de propósitos de vida. A vida é curta, talvez não de dez anos como Noah, mas ainda nossa vida é “Vós não sabeis o que sucederá amanhã. Que é a vossa vida? Sois, apenas, como neblina que aparece por instante e logo se dissipa.”, Tiago 4:14, então aproveite o tempo que você tem disponível e busque o seu propósito real de vida espiritual.

A morte que trouxe vida

Créditos: en.as.com

Uma pessoa teve que morrer para mostrar a verdade e entregar um propósito de vida real para Noah, Mio e seus amigos.

No inicio do game, final do capitulo 1 mais precisamente, um certo personagem aparece, causa um certo desconforto nas pessoas ali que presenciaram sua chegada ou mesmo previam, porém, ele deixou sua marca registrada no coração dos personagens principais. Agora, Noah e seus amigos tinham um propósito, que foi entregue através da morte desse personagem. Ele lhe deu o fogo da vida.

Jesus Cristo ensinou por apenas 3 anos aqui no meio de nós. E nesse curto período de tempo Ele causou um grande desconforto a algumas pessoas, em especial aos políticos com medo de perder poder e em falsos religiosos (referência Lucas 6:1-5). Antes mesmo de nascer já tinha sido diversas vezes profetizado e, em uma dessas vezes, também causou desconforto (referência Mateus 2:16-18). E Jesus também deixou sua marca registrada no coração daqueles que O seguiam, lhes entregou um propósito de vida (referência Mateus 28:18-20).

Foi necessário a morte de uma pessoa para trazer Noah, Mio e seus amigos retornarem a ansiar uma vida real, a terem um propósito real em suas próprias vidas, a descobrirem a verdade para enfim, pararem de tentar carregar o fardo de uma guerra nos ombros.

Em Lucas 9:22, vemos que “dizendo: É necessário que o Filho do Homem sofra muitas coisas, seja rejeitado pelos anciãos, pelos principais sacerdotes e pelos escribas; seja morto e, no terceiro dia, ressuscite.”, Jesus morreu e ressuscitou para dar vida a seus discípulos. E em Mateus 11:28, 29, vemos que, ninguém precisa carregar fardo algum sozinho: “Vinde a mim, todos que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomais sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para vossa alma.

E finalizando, mais uma citação que mostra a verdadeira vida e propósito, em João 14:6, “Respondeu Jesus: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, a não ser por mim.”, que podemos relacionar que, assim como Noah e seus amigos agora tem um propósito de chegar a uma cidade misteriosa com uma grande espada encravada e assim descobrir a verdade, nós temos a Verdade disponível a qualquer momento e a qualquer hora para nos guiar e nos dar o fogo da vida, o propósito que enche nossos corações como uma agua transbordando o copo e para carregar nossos fardos juntos (não mais sozinhos), mostrando que há sim sempre esperança e amor, basta buscarmos. 

About the author

NerdProfeta

Cristão, marvete, nintendista, fã do Foo Fighters e rpgista.