E mais um acerto da parceria entre a Marvel e a Netflix nos presenteia com a série Luke Cage (2016), no qual estaremos abordando abaixo. Bem vindo ao mundo do Poderoso, o herói do Harlem. A história ocorre logo após a série Jessica Jones (2015) e após a segunda temporada de Demolidor (2016). A série retrata com maestria o Harlem, um bairro famoso com grande cultura afro-americana. Luke Cage (Mike Colter) foge de Hell’s Kitchen procurando se livrar de seus problemas. Mas chegando ao Harlem, ele percebe que encontra mais problemas e velhos conhecidos.
Com todo um clima urbano, com uma trilha sonora de arrebentar no melhor estilo black, soul e jazz, a série mostra as dificuldades de uma comunidade refém do crime organizado, tráfico de drogas e é claro, o racismo. O Harlem outrora controlado pela famosa Mama Mabel (LaTanya Richardson Jackson, esposa do Samuel L. Nick Fury Jackson xD), seu nome fica famoso no meio urbano e com isso o nome da família Stokes também. Atualmente, quem fica a frente da família Stokes (hoje com o nome um pouco abalado) são os netos da Mama: Cornell Stokes/Boca de Algodão (Mahershala Ali) que é o dono do clube noturno Harlem’s Paradise, e sua prima Mariah Dillard/Black Mariah (Alfre Woodard). No decorrer da série, vemos o quanto a vereadora Mariah tenta não se envolver em meio aos crimes do primo, mas mesmo sem admitir ela se envolve de forma tremenda.
O relacionamento entre os primos Stokes é um conturbado e se aflora ainda mais com a chegada de Hernan “Shades” Alvarez (Theo Rossi) que foi mandado por Willis “Kid Cascavel” Stryker (Erik LaRay Harvey), para vigiar de perto o Boca de Algodão, visto que o mesmo estava dando prejuízo para ele (Boca de Algodão era um dos “subordinados” de Kid Cascavel, pois este patrocinava ele). Prejuízos este que tem nome: Luke Cage.
Neste meio tempo, a detetive Mercedes “Misty” Knight (Simone Missick), personagem famosa nos quadrinhos começa a investigar assassinatos (que acontecem já no inicio da série, não vou soltar spoiler aqui hehe!) e sobre as operações ilícitas da família Stokes e Luke Cage acaba se envolvendo no meio e num dado momento é direcionado como um vilão até. Isso tudo com o apoio de seu parceiro, o rude Rafael Scarfe ( Frank Whaley).
Mostrando os desafios do Poderoso, a série retrata que ás vezes ter a pele impenetrável e super força, não são o bastante para derrotar os inimigos sejam eles fantasmas do passado ou a perda de um amor, ou até mesmo não são o bastante para proteger aqueles que amamos ou são inocentes e não tem a ver com nossos problemas. Luke Cage encara não só criminosos sedentos por poder, políticos canalhas e policiais corruptos mas também encara a dor de uma comunidade carente de heróis como eles mesmo, pessoas que ás vezes só querem sobreviver até o final do dia. Encara o racismo, onde mostra em um determinado episódio um patrão de um dos bicos de Luke o tratando de forma rude só pelo fato dele ser negro. Luke encara com muita dor, as drogas e o crime abocanhando os jovens do Harlem, fato tão comum no nosso “mundo real.” E para fechar, ele também enfrenta um certo criminoso “religioso”, que citava versículos pensando ele mesmo estar fazendo o bem.
Luke Cage foi criado pela Marvel em 1972, influenciado pelos ideais do pastor Martin Luther King que lutava por igualdade social e racial. Foi o primeiro personagem negro a ganhar uma revista própria na editora e é um personagem importante no Universo Marvel. Luke Cage dá uma aula de luta pelos direitos e amor ao próximo, sim o próprio Luke assim como outros personagens são cristãos e a espiritualidade mostrada na série é muito bonita, mostrando até um certo “falso profeta”…
Quer uma série que fala de pessoas que lutam para sobreviver, num dia-a-dia urbano, em meio a guerra contra gangues, drogas e corrupção? Está é a série. Luke Cage retorna na série que reunirá os heróis Demolidor, Jessica Jones e Punho de Ferro, Os Defensores (2017)
Pontos positivos:
- Ambiente cultural do bairro perfeitamente expressado
- Protagonista carismático
- Série reflexiva sobre os dias atuais nas periferias
Pontos negativos:
- O “verdadeiro” vilão é fraco e irritante
- Luta final forçada
- A reta final cai um pouco a qualidade
Nota Final: 8,5 / 10