E aí jrpgista, tudo bem? Hoje em nosso review iremos falar sobre a série Mana da Square, conhecida no Japão como Seiken Densetsu. Vamos falar um pouco da história (sem spoilers), personagens, gameplay e nossas considerações finais sobre os três primeiros games principais da franquia, que estão na coletânea Collection of Mana, que joguei a versão do Nintendo Switch. Então…vamos lá!
A coletânea Collection of Mana foi lançada originalmente em 2017 no Japão para o Nintendo Switch e teve sua localização aqui para o ocidente apenas em 2019. A coletânea tem os três primeiros games da main série da franquia, ou seja, os três primeiros Seiken Densetsu, que são: Final Fantasy Adventure (sim, olha o nome localizado que eles deram…rs) lançado originalmente em 1991 para o Game Boy, Secret of Mana lançado originalmente em 1993 para o Snes e o Trials of Mana, lançado originalmente em 1995 para o Super Famicom (o Snes japonês) e que recebeu a localização dessa versão somente nesta coletânea.
Agora vamos para nosso review de fato!
História e Personagens
Final Fantasy Adventure: O Herói (o jogador escolhe o nome, mas no manual japonês é chamado de Sumo) é um prisioneiro do Lorde das Trevas. Após fugir do castelo, Sumo descobre que o vilão planeja encontrar a chave para o Santuário de Mana para controlar a Árvore de Mana, uma fonte de energia que sustenta toda a vida. O Herói faz amizade com a Heroína (também nomeada pelo jogador, oficialmente chamada de Fuji) e juntos partem em uma jornada cheio de perigos. No caminho, Sumo irá contar com a ajuda de diversos amigos como um robô, um mago, um paladino, etc.
Basicamente uma história simples e direta, mas que funciona. Personagens simples, porém carismáticos dentro de suas propostas em participarem rapidamente ajudando durante um determinado tempo ou dungeon, com o protagonista.
Secret of Mana: Em uma pequena vila chamada Potos, alguns garotos estão brincando e um deles, Randi, acaba caindo em uma cachoeira (e não sofre dano algum rsrs). Próximo da cachoeira, Randi encontra uma espada velha cravada em uma pedra. Guiado por uma voz misteriosa Randi consegue remover a espada, mas acaba gerando uma onda de monstros em volta da vila o que faz os cidadão de Potos exilarem o pobre garoto. Porém, o jovem Randi conhece um velho cavalheiro que o instrui visitar 8 templos para energizar a espada, assim tornando-a a Espada de Mana, que é capaz de restaurar a vida e a paz no mundo. Com isso, Randi terá a ajuda de Primm e Popoi, que irão se juntar na aventura e sua jornada pelos templos e contra o Império do mal.
Igual o primeiro, Secret of Mana não tem uma história espetacular, mas funciona normalmente. Apesar que, pessoalmente achei os personagens aqui menos interessantes do que o do primeiro. Os protagonistas tem sim um background, mas não passam carisma.
Trials of Mana: Este 3º Mana também foi outro que teve um remake de mesmo nome em 2020 para Switch, PS4 e PC (mobile em 2021), porém, iremos abordar a versão original de Super Famicom de 1995 aqui. Aqui você escolhe qual personagem iniciará e os outros dois que o irão acompanhar. Sendo assim, dependendo de seu protagonista a história começa em um lugar diferente para cada personagem jogável. Porém, no geral todos irão em um momento no inicio de suas histórias, partirem para a Cidade Santa de Wendel. No caminho encontrarão uma fada que se revela ser do Santuário de Mana e ela escolhe o seu personagem principal, junto dos outros dois como escolhidos para restaurar a Árvore de Mana. Com isso os heróis devem partir em busca das Pedras de Mana e iniciar sua jornada num mundo de conflitos políticos e malignos.
Com um mundo, história e personagens muito bem elaborados, aqui você tem 6 personagens para escolher em seu grupo. Um guerreiro, um ladino, uma amazona, um homem-besta, uma maga e uma meio-elfa, todos com seus backgrounds bem elaborados. No game tem uma dupla ‘padrão’, cada dupla terá seu chefe final diferente assim como a dungeon final.
Gameplay
Final Fantasy Adventure: a franquia sendo um action rpg e assim persiste em todo o seu main game até hoje. A tela principal mostra as informações de vida (HP), Magia (MP) e Ouro (G). Também mostra uma barra de energia no centro que quanto maior, mais forte é seu ataque. Se deixar carregar ao máximo você aplica um ‘golpe especial’ que varia de acordo com a arma equipada. Ao subir de nível você automaticamente aumente alguns atributos mas ganha 1 ponto livre para aumentar um de sua escolha. Aqui tem uma variedade armas, armaduras e alguns itens, o action rpg é bem dinâmico dentro da proposta do console que foi pensado originalmente. Aqui temos uma trilha sonora OK, nada de espetacular mas também nenhum ponto negativo. Fast Travel quase inexistente, os itens tem uma certa quantidade de limite. A coletânea tem seu próprio Save o qual ajuda bastante.
Secret of Mana: com gráficos superiores e uma gameplay muito superior (obviamente…se comparar com um Game Boy…rs), Secret of Mana melhora diversos pontos. Aqui temos mais atributos, mais variedade de armas e um combate realmente cooperativo aqui, diferente do primeiro que era ‘mais ou menos coop‘. Porém, o combate mesmo, eu achei meio truncado e demorado em certos pontos, parecia até turno rsrs. Não sei se a versão original de Snes era assim (joguei pouco na época no Snes) mas no Switch tive essa impressão negativa. O menu de itens vira um menu circular, que achei bem confuso, mas depois de um tempo você se acostuma (é obrigado a se acostumar né rsrs). Aqui ao pegar as Pedras de Mana, vai liberando elas para usar as magias de seus guardiões, isso foi um avanço e é bem útil em combate. Agora, outros pontos negativos foram: limite de itens, aqui na reta final, principalmente na dungeon final, isso te atrapalha demais. A música aqui é bem fraca e parece que não evoluíram muito em comparação ao primeiro game.
Trials of Mana: aqui no 3º Mana melhoram diversas coisas em relação ao 2º. A arte achei um pouco melhor, mais precisa as paletas de cores, principalmente nas sombras. Como seu antecessor, também temos 3 personagens na party, escolhidos ao iniciar o game. Aqui temos algo muito bom se tratando dos personagens e gameplay: as classes. Cada personagem inicia com uma classe iniciante, ao chegar no nível 18 e indo a determinados locais (estátuas de Mana) você pode avançar para uma classe intermediária, entre 2 opções disponíveis. Já na reta final, ao chegar no nível 38 e possuindo um certo item especifico, você pode avançar na classe avançada, entre 2 opções também (cada opção é um item especial diferente). Cada upgrade na classe lhe da um bônus em todos atributos (assim como quando você sobe o nível normalmente), skills novas e no decorrer dos níveis subindo e novos golpes especiais (aquele que é aplicado quando sua barrinha chega no máximo ou quase no máximo). O personagem no game não muda muito só a paleta de cores mesmo (rsrs), já a arte no menu principal muda. O menu de itens continua circular, infelizmente, porém mesmo tendo o limite irritante de 8 itens cada (igual os anteriores), aqui você tem uma ‘bolsa‘ que todo item excedente é jogado nela automaticamente e você pode retirar dela a qualquer momento apenas apertando o botão X. Isso ajuda demais! Trilha sonora melhora bastante em comparação ao antecessor, fast travel está mais ou menos a mesma coisa.
Conclusão
Final Fantasy Adventure: uma ótima entrada na franquia e aqui temos um dos melhores jrpgs do Game Boy facilmente. Ousado em sua proposta e para o portátil em 91, ele faz bonito e é bem carismático. Vale a pena.
Secret of Mana: esperava mais desta continuação se tratando ser de um console de mesa. Ele melhora várias coisas comparado ao primeiro, óbvio, mas outras que deveriam ficam obsoletas e irritantes em certos pontos. Música fraca, última dungeon com uma dificuldade maior do que o normal só por conta de uma limitação besta de itens em inventário. Além do combate lerdo em certos momentos. Razoável, só jogue se você de fato é fã de jrpg ou queira conhecer o segundo game da franquia.
Trials of Mana: o ponto alto da franquia em seus primeiros games. Aqui melhora tudo dos antecessores, seja visualmente, música, gameplay e combate. A dinâmica de classes, mesmo que inferior a um Final Fantasy clássico por exemplo, ainda é um salto comparado aos antecessores que se quer tinha isso. Inventário melhorado com a bolsa, personagens carismáticos e uma história muito boa, nada de reviravolta sensacional e tal, é simples mas funciona. Vale lembrar que pode se dizer que são 3 finais diferentes, de acordo com sua dupla entre os 3 personagens iniciais escolhidos. Obrigatório para fãs de jrpg.
NOTA (0 – 10): 9 ÓTIMO
Game: Collection of Mana
Desenvolvedor: M2 e Square Enix
Distribuidor: Square Enix
Plataforma: Nintendo Switch